quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Daquilo que não queremos expôr e dos acúmulos desnecessários



Por sofrer de vulnerabilidade
construiu fortalezas em volta do coração.
Ninguém mais entraria pra fazer bagunça.
No entanto, toda a circulação foi comprometida.
Acabou sofrendo de intransponibilidade.

Pensou em mudanças,
mas nada do que estava dentro saía,
nada do que estava fora entrava.
Pensou em por fogo em tudo,
mas era como alimentar a chama que já existia lá dentro e não se apagava.
Certo era que restariam somente as cinzas,
mas tinha coisas que não mereciam ser queimadas,
nem seu corpo debilitado 
que certamente não conseguiria fugir do cerco.

O tempo
era um inimigo que noite a noite era mais cruel,
enquanto o corpo mais fraco 
e a fortaleza sempre estática.
Contudo, era como se envelhecesse 10 anos em 1,
como se as pernas já não pudessem rumar,
e os muros estivessem imponentes sempre no mesmo lugar.

Morreu no início de uma madrugada.
Se alguém pudesse ter dado diagnóstico apontaria: insuficiência pulmonar.
A morte foi acontecimento sem alarde,
pois o coração inchou-se exacerbadamente,
devido aos fungos que nunca deixaram de se reproduzir,
até o ponto de não ter mais como dar um suspiro... um último suspiro de vida.

Jefferson Santana

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