segunda-feira, 27 de maio de 2013

Poema (des)alinhado



Depois de mexido
muito difícil 
voltar ao exato lugar...
e se voltar,
por marca forte deixar,
já há um espaço de tempo suficiente
de deslize.
Seja terremoto, empurrão,
olhar (des)encruzado...
(não) está no lugar!
O mesmo em que (não) deve ocupar.

O vento aqui já se fez forte.
Agora bate as portas em outra morada.
A casa (não) caiu,
mas também o inverno passou
e voltou.
Dos frutos que nasceram no outono...
caroços secos e soltos.

Libertei a tristeza de dentro de mim
e ela borrou o poema de amor que eu tinha escrito.
Ou talvez o próprio amor
fosse o borrão dos meus olhos. 
Seja lá como for...
já foi.

Disse o médico
que abalo cardíaco
levaria o (im)paciente
à morte.
Mas a própria vida é composta de oscilações. 

Exatamente agora
remeto ao passado:
-Podia ser tanta coisa!
Escolheu ser só
lembrança. 

O tempo 
é esse momento 
em que se (de)cifra o poema.

Jefferson Santana

sábado, 11 de maio de 2013

(des)conectado



iPad iPhone iPod...
meu bem, não me pergunte sobre nada disso,
porque só entendo do I love you.

Jefferson Santana

terça-feira, 7 de maio de 2013

Consumo amor



Consumo amor.
Assumo 
que com seu sumo
embebedo-me,
pois minha sede
é da que não some
antes que se somem
boca
com líquido agridoce.

Sumo de amor
é para embriaguez,
que de vez em quando,
não é de vez!

Nas calçadas cheias, porém frias 
da cidade,
desordenadamente eu bebo,
já que não bebera
em taças
não enumeradas a mim.
Por conta própria,
assumo!

Neste presente momento
eu consumo o amor
ao sedento desejo que se apresenta.

Jefferson Santana