terça-feira, 29 de maio de 2012

Mais que o limite da Linha

A Linha é a 9,
porém,
a nota é zeeeeeroo!

Mais que o limite da Linha

Vivendo no limite de perder a linha 

(Jefferson Santana)


(Fotos da estação Santo Amaro)


domingo, 27 de maio de 2012

GULA LITERÁRIA




Literatura,
Meu alimento mais nutritivo,
Donde a energia é extraída
Para me fazer caminhar.


De reações complexas
Circulando em minhas veias,
Funcionando no meu pensar.


Arte de fibra,
Capaz de expelir 
Toda porcaria a me contaminar.


De tanto te querer,
De tanto digerir,
Já se sobra a tua obra
A suficiência de me aguentar.


(Jefferson Santana, in Cantos e Desencantos de um Guerreiro)

domingo, 20 de maio de 2012

Perguntas de um Operário Letrado - Bertolt Brecht






Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruida,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.


O jovem Alexandre conquistou as Indias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?


Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?


Tantas histórias
Quantas perguntas.




domingo, 13 de maio de 2012

Guerra e Paz - Cândido Portinari

Sábado, dia 12 de maio de 2012, fui ao Memorial da Amárica Latina em Sampa, dar uma olhada na exposição Guerra e Paz que está homenageando a fantástica obra de Cândido Portinari, de mesmo nome, desse grande artista brasileiro da pintura. Encantei-me com os traços e cores utilizados tanto nas obras que remetem a guerra quantos as da paz. Observando-as, fui direcionado a uma reflexão pessoal sobre a própria sociedade, com nossas guerras civis e militares, que nos atormentam a todo instante de nossas vidas. O mais interessante é vermos as duas perspectivas sendo opostas nessa obra e, tentarmos identificar as características de cada uma e no que uma influencia a outra. Para quem tiver oportunidade vale a pena ver ao vivo. A exposição ficará até dia 20/05. Para quem não tiver oportunidade, deixo algumas imagens das duas obras principais.

GUERRA:







PAZ:














GUERRA E PAZ
Para Cândido Portinari

É possível compormos a guerra
e por que não a paz?

É possível vermos cavalarias atacando,
pessoas por misericórdia, clamando,
crianças desamparadas,
mães intensamente chorando,
famílias desestruturadas.

Mas por que não animais brincando?
Crianças brincando, 
plantando bananeiras?
- plantando esperanças!
Mulheres dançando,
famílias reunidas.

É possível compormos a guerra
e por que não a paz?


(Jefferson Santana)





terça-feira, 8 de maio de 2012

Alguns olhares de Sampa na Virada Cultural 2012


(Relógio do Mosteiro de São Bento)

(Visão do Prédio do antigo Banespa, visto do Largo São Bento)
                                           
 

(Palco dos Saraus na Virada)
                     

 (Meu olhar buscando ângulos peculiares)


  (Fachada da entrada da Faculdade São Bento)




(Relógio da antiga estação Sorocabana, atual estação Júlio Prestes, composto pelo palco com show do Gilberto Gil)
                                     

  (Pauliceia no show do Gil... Muita gente!!!!)


(Mais muita gente no palco Júlio Prestes)





Agora para mim as mais belas imagens:


 (Time poético da Cooperifa antes do Sarau no Largo São Bento)


(Preleção antes do Sarau, comandada pelo nosso mestre Sérgio Vaz)


(A mais bela de todas as imagens: Um grande círculo de poetas e espectadores em frente ao palco da São Bento após o Sarau da Cooperifa)


Fantástico para mim ter participado do Sarau da Cooperifa, com a presença de pessoas que compõem a nossa cultura popular de modo atuante e importante.

Como diz nosso poeta Sérgio Vaz: "A periferia nos une pela dor, pela cor e pelo amor".


sábado, 5 de maio de 2012

TRÁFEGO



A cidade não para,
Não para de parar
Na hora do pico
Não para de crescer
Pra cima, pra baixo
Não para o descaso
Não, para!
Mais uma vida
Não para de morrer
Não param de crescer
Não param, não param
Não param os números
Pra mais,
Pra menos.
Não para a cidade.
Parado,
É um assalto!
Dá seu dinheiro,
Não para de pagar
Lícito, ilícito
Legalizado, irregular
É um assalto!
Não para não,
Continua andando
Não olha pra trás,
Atrás
Dos prédios,
Não para a cidade.
Não param os morros.
Morro de fome,
Não para essa ânsia.
Não param os morros,
Pra cima, pra baixo
Não param de crescer,
Essa distância
Do quilombo ao Paraíso
Não para o Paraíso belo,
Não para de cegueira,
Daqueles que podem desfrutá-lo.
Tens os melhores frutos
E eu não paro de comer o caroço.
Passageiro cotidiano das carroças urbanas,
O destino é receber chicotadas.

Por tudo isso
Parado no tempo.
Porém meu coração não para
Então a voz não para,
A caneta não para,
E a esperança não parará.

(Jefferson Santana in Cantos e Desencantos de um Guerreiro)