sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CORTAR O TEMPO







Por Carlos Drummond de Andrade




Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.


Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.


Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente


POEMA EM LINHA RETA






Por Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

AREIA DA PRAIA




Aurora do mar que não se esquece
Acompanhada da ressaca que acontece.
O que foi pedra no encosto da praia
De tanto bater água tornou-se areia.

Elemento naturalmente pegajoso
Sustentando esparramado cada passo
Dos primeiros pés que me chutaram.
Primeiras marcas que se formaram.

E seguidos andares ousaram desfilar,
Capazes de algum modo disfarçar 
E as primeiras pegadas enterrar.

Porém, seu epitáfio insistente
Por água com o vento latente
Levando e trazendo a todo instante.

(Jefferson  Santana, in Cantos e Desencantos de um Guerreiro)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

ALÉM DO HORIZONTE




Eu olho o horizonte

Como quem vagasse no destino
Procurando respostas.


Eu navegante,
Que num momento contemplo os mares,
Os mesmos que ameaçam me afogar.
Eu pássaro,
Que alço o voo mais alto no céu,
E num momento me sinto tonto ao transpor a atmosfera.


O que há no desconhecido
Que tanto me atrai
E tanto me perturba?


Meu coração é uma bomba
Prestes a explodir,
Talvez de mágoas
Ou de graças.


Tudo e nada
Aparentemente são opostos,
Mas são capazes de ocupar o mesmo espaço.


Abro meus olhos
E busco o que está além da visão.
Fecho os meus olhos
E busco o que está além dos sonhos.


Eu quero apenas uma resposta,
Pois não posso fazer nada com todas.
Todas são nenhuma
Eu quero apenas uma.
Não quero dúvidas supremas
Que tanto me sufocam.


Minha boca beija o infinito
E não beija ao mesmo tempo.


Meus olhos tocam o horizonte
E não enxergam ao mesmo tempo.



(Jefferson Santana)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011



Era uma vez um sonho
Cobiçado por dois olhos,
Porém não foram capazes de conquistá-lo
E uma boca alheia e faminta
Vorazmente o consumiu.  

(Jefferson Santana)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

NÃO É DE HOJE



Não é de hoje que eu não durmo
o sono pleno
supremo
dos meus próprios sonhos idealizados.


Não é de hoje que meus pés pisam o chão
em que o pensamento 
não reconhece como algo que pensou um dia em pisar.


Não é de hoje que tenho um coração
carregado de sentimentos no meio do peito,
a bombear pelo corpo a intensidade do meu sangrar.


Não é de hoje que estou numa realidade
sem ter um sonho 
discorrendo livremente por ela.


Não é de hoje que não sou esta realidade,
este desvairamento medonho
que tenta me obrigar a obedecê-la.


Não é de hoje,
não é de hoje,
não é de hoje...
Não é de hoje, mera realidade.


É do sono de ontem.
É do sonho de hoje.


Não é de hoje
que apesar dos pesadelos que eu tenho que enfrentar,
vivo pelos meus sonhos
e no meu coração eu guardo coisas muito valiosas.

(Jefferson Santana)


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A lágrima


A lágrima,
transbordamento da alma
mais transparente que a própria água.

(Jefferson Santana)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Frases soltas



As noticias que correm
De boca em boca
Como saliva de beijo roubado
De varias e tantas bocas
Já não são as mesmas que passaram da primeira vez.
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Meu coração não é de cimento
Por isso não é capaz de ser concreto.
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Tenho medos
Assim como tenho desafios

Também não posso deixar de ter coragem.

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Não sou capaz de ter tudo que quero,
Mas tento dar valor ao que tenho.
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Disseram-me que do lado de fora da janela fechada
Há um belo jardim cheio de flores.
De que adianta saber disso
Se eu mesmo não tiver a atitude de abrir a janela para vê-lo?

De que adianta um pássaro ter asas
Se ele não tentar usa-las para voar?  



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... Jefferson Santana voando alto por alguns pensamentos

sábado, 12 de novembro de 2011

Aos românticos



Há poemas que cantam uma mulher,
outros cantam a natureza,
outros ainda, cantam uma causa social.
Existem ainda os melhores,
que cantam tudo isto ao mesmo tempo.

E mesmo que reste pouco de romantismo
nos nossos dias tão mecanizados,
vale à pena continuar escrevendo.

(Jefferson Santana)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011


Cada poema é um pouco de meu
sangue
exalado
em versos sob embalo cardíaco.

Não costumo ter métrica,
pois normalmente meu coração sente emoções
desmedidas.

(Jefferson Santana)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011





Medo da chuva... jamais! Eu sei que depois das tempestades, a terra estará mais fértil para o surgimento de novas flores em meu jardim.


(Jefferson Santana)

sábado, 5 de novembro de 2011

Com licença Drummond... esse poema seu me tocou profundamente


MÃOS DADAS




Não serei o poeta de um mundo caduco.

Também não cantarei o mundo futuro.

Estou preso à vida e olho meus companheiros.

Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.

Entre eles, considero a enorme realidade.

O presente é tão grande, não nos afastemos.

Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.



Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,

não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,

não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,

não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.



O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,

a vida presente.



(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 29 de outubro de 2011

Descobri no teu olhar



Descobri no teu olhar
O paraíso único:
Uma ilha bela
No meu mar de tristeza.

Descobri no teu olhar
O sol intenso,
Que luziu os meus caminhos
Pelos vales das trevas.

Descobri no teu olhar
Uma constelação,
Que fez de noites
Preliminares de desejos ardentes.

Descobri no teu olhar
Contudo o céu,
Nele vejo pássaros
Cantando e voando,
Vejo nuvens de algodão
Que estancam minhas feridas.
Até com lágrimas de chuva é lindo!
Rega o meu jardim de amor.

(Jefferson Santana)

sábado, 8 de outubro de 2011

Linha do Tempo

Hoje

Tempo do agora
Hora do presente
Eu presente.


Ontem
Onde não mais estou
Somente o que sobrou
Que já nem mesmo é ontem.


Amanhã
Preocupação vã
Onde nem estou
E já temo o que nem começou.


Entre o que fui e o que serei
Está o que eu sou.




(Jefferson Santana)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

MÃE GENTIL?

Filho da terra.
Terra desnaturada,
terra desnaturalizada,
terra subordinada,
terra manipulada,
terra desacabada.

Filho da terra mãe gentil?
Tenho irmão sem trato,
sem teto,
desamparado,
recebendo veto.

Enquanto o estrangeiro, privilegiado,
da família das potências exteriores,
tendo decisivo voto.
Recebedor de altos valores,
junto a seus irmãos infratores.

Os filhos da terra: meros sofredores. 

sábado, 10 de setembro de 2011

FLUXO

Meus versos
são os versos mais puros,
mais putos
entregues aos desvairamentos.


Meus versos
são os versos mais cheios,
mais completos
do lirismo dos meus desejos.


Viver intensamente é não pensar intensamente.


Às vezes as palavras exaladas funcionam
como grito que sai,
depois de muito preso à garganta.


(Jefferson Santana)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Parabéns ao Corinthians pelos 101 anos de existência!

Esse que é o time dos operários,



Um time capaz de transformar homem do terrão em Reizinho do Parque,
Um time da democracia com Sócrates Brasileiro,
Um time dos pés maltratados do dia a dia, pés de anjos que não se escondem da missão,
Um time que é foda!!! Xodó de 30 milhões de loucos.




O CORINTHIANS É TÃO EXTRAORDINÁRIO, QUE SUA NAÇÃO CONSEGUE REUNIR O PRETO E O BRANCO EM GRAU DE IGUALDADE.






sábado, 13 de agosto de 2011



Em todos os anos há comemoração pela queda do muro de Berlim.
Eu quero saber quando é que haverá comemoração pela queda dos muros, que causam as desigualdades sociais.

domingo, 24 de julho de 2011

TALVEZ




Talvez eu negue que amo,
Mentindo para todos e eu mesmo
Confundindo membros e cérebro,
Prendendo Termos e coração.


Talvez eu seja mesmo diferente:
Surdamente fingindo de ouvinte;
Calando a boca para responder;
Escrevendo versos contidos de dúvidas.


Talvez um amanhã apareça,
E sem a certeza do que virá,
Talvez seja diferente de hoje.


Talvez apaguem o que eu tenho redigido,
Mas precisarão de muito mais
Para apagarem o que eu tenho sentido.


(Jefferson Santana. Cantos e Desencantos de um Guerreiro)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Dia 09/07, Sábado tem Cantos e desencantos de um Guerreiro em São Caetano

Nesse Sábado participarei da Feira da Diversidade Cultural em São Caetano do Sul relançando o livro Cantos e Desencantos de um Guerreiro.

A partir das 13 horas no Centro de Referência da Juventude de São Caetano - Rua Serafim Constantino, s/n. Centro - Piso Superior do Módulo 2 do Terminal Rodoviário Nicolau Delic.

Entrada franca

sábado, 2 de julho de 2011

Meu coração não dói

A dor
É um tipo de sentir passageiro
Que quase sempre permanece por alguns instantes.

O sofrimento
É uma guerra eterna
Com batalhas ganhas e perdidas.

Meu coração já conquistou a honra de soldado!


(Jefferson Santana, In Cantos e desencantos de um guerreiro)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Sábado tem Cantos e Desencantos de um Guerreiro no Sarau Palmarino

Neste Sábado 25/06 à partir das 20hs tem relançamento do meu livro Cantos e Desencantos de um Guerreiro no Sarau Palmarino.

Quem quiser conhecer meu trabalho e/ou fortalecer a corrente do Círculo Palmarino é só chegar!


Local: Rua Campos Sales, 43, Jd. Presidente Kennedy, Embu-SP
Informações: (11) 4782-2869, e-mail: circulopalmarinosp@gmail.com

Meu email: jefferson_3012@yahoo.com.br

domingo, 12 de junho de 2011

sábado, 4 de junho de 2011


Minha poesia é como uma rosa,
aparentemente delicada,
porém, pronta para cutucar os mais desavisados.

(Jefferson Santana)

sábado, 14 de maio de 2011

Poema inédito:

DO NADA PARA LUGAR NENHUM

Qual a origens dos nossos
Problemas,
O sustento das nossas fraquezas,
As pontadas de nossas feridas?

Que inteligência
Nos fez, a partir da nudez
Até a derradeira escassez?

Começamos do nada,
Continuamos no nada,
Prosseguimos a jornada
E, talvez acabemos no nada.

A natureza no início para nascer...
A força humana crescer, usufruir,
Ambicionar um pouco mais para desenvolver...
Até bem próximo de se destruir.

A física das coisas:
Toda força forçada gera força contrária.

Com todas as forças e mais teimosia,
Criam-se as forças e as demais forcas.

As nossas desesperanças
Aliadas as outras desesperanças
Formam novas desesperanças.

Desesperança não é nem a primeira,
Tampouco a última que morre,
Porque é a primeira que se concretiza.

(Jefferson Santana)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

ENTRE ANDANÇAS E PARADAS

Existem homens que neste mundo andam
E outros tantos que desvanecem,
Independente dos diversos destinos
As passadas são sempre desejadas.

Às vezes, de fato não entendo,
Porque alguns não param
E outros não saem do lugar,
Se até o tempo conforta estados diferentes:
O dia que transita para a noite
E no curso previsto pela natureza
Depois se amanhece novamente;
Se quando chega o verão
A luz que ilumina muito quente
Cede tempo pra que nuvens dispersem água
Até jorrar a manisfestação inteira.
Depois é que o sol retorna ao seu trono.

Ah, mas este mundo!
Este mundo: um globo com extremos
Onde o tempo sem pre invariável
Não permite fuga do inverno.
Os extremos são verdadeiros pesadelos.

E que triste eu escrevo estes versos
Nesta longa estrada
Procurando o sentido Alegrias.
Apesar de um constante desespero,
Não posso perder a vontade de andar.

Em: Cantos e desencantos de um Guerreiro

sábado, 2 de abril de 2011

Eu queria ter duas vozes,
uma para cantar
e outra para berrar.
Porém, neste momento
tenho somente este fragmento.

sexta-feira, 25 de março de 2011

AS ESTRELAS




As estrelas... eu não entendo,
Em algumas noites ficam me olhando,
Mas não se importam se parecem atrevidas.
É claro!
Elas não se preocupam com besteiras.
Talvez por isso nunca fiquem tristes.
Não sofrem como nós sofredores.
São contentes
De um nível em que não alcançamos.

Humanos não tocam o céu!

in Cantos e desencantos de um Guerreiro

sábado, 12 de março de 2011

O Navio Negreiro, de Castro Alves na voz de Paulo Autran

Passando meu olhos pelo o YouTube, encontrei este fantástico vídeo da obra prima do fantástico poeta Castro Alves, narrada por Paulo Autran e com imagens do filme Amistad.

Vale a pena assisti-lo e refletir sobre um período vergonhoso de nossa história que ainda deixou grande influência na sociedade atual.



sexta-feira, 4 de março de 2011

O pássaro que saiu da gaiola

PÁSSARO

Sou pássaro na gaiola,
Comendo o alpiste que determinam
Entre o tempo contado de relógios
Para seguir no pio de uma longa jornada.

Fui capturado
Pela necessidade de comer.
Trancaram-me
Nesta vida minha adestrada.
Vidas nossas
Penduradas nas extremidades dos casarões,
Sem libertação
Para desfrutar do meio.

Chegou a hora de quebrar estas grades,
Bater as asas
E degustar os frutos
Que nunca me ofereceram.




Enfim Cantos e desencantos de um Guerreiro nasceu. Nasceu e logo de cara foi batizado pela chuva paulistana que impossibitou que alguns guerreiros que queriam contemplá-lo não conseguissem participar deste momente. Porém o livro agora é vivo e todos eles poderão sentí-lo expressandro a lírica que toca nas feridas da sociedade desigualmente estabelecida.

Minha felicidade neste momento é grandiosa, pois sei que meus cantos e desencantos agora estão sendo compartilhados e se reindentificando com os cantos e desencantos do povo. Esta felicidade ainda tem se multiplicado, quando imagino que aqueles que não sentem a dor, o desprezo e as chicotadas lançadas aos guerreiros periféricos constantemente, possam um dia desprevidos se deparar com alguns dos versos deste livro disparando contra suas cabeças, fazendo-os cair como gigantes sem argumentação suficente para deter a palavra ardente.

Enfim posso dizer que ele nasceu! Nasceu como um pássaro que nasce para a vida depois de liberto da gaiola.

Faço meu agradecimento à Cooperifa que cede espaço para que coisas como essas aconteçam. Em especial agradeço ao Grande Poeta Sérgio Vaz, que humildemente escreveu o prefácio do livro e conseguiu sintetizar em algumas palavras toda a lírica indignada desta obra e a engrandeceu ainda mais.  


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

LANÇAMENTO DO LIVRO CANTOS E DESENCANTOS DE UM GUERREIRO


Vai nascer! Finalmente vai nascer o meu primeiro filho. Depois de tanta luta, tanto poema declamado, postado, mostrado, agora também terá publicação oficial.

O lançamento será no dia 02 de Março (Quarta Feira) no Sarau da Cooperifa, ás 20:30.
Rua Bartolomeu dos Santos, 797 - Chácara Santana - São Paulo - SP

Saiba como chegar:
http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-br&tab=wl

Em caso de dúvidas é só mandar e-mail para: jefferson_3012@yahoo.com.br

Aguardo a presença de vocês!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A LATA


A lata
Laminando lá o lixo da cidade.

A lata
lá amassada
lançada
lá nos lugares
largados
e alagados da cidade.

A lata
lambida
lambuzada
lodosa
nos longes e longos cantos da cidade.

A lata
de alumínio
laçada na mão
do lacrimejante
a iluminar a sua mão assada
com pedaços de aço lapidados.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

EU PAULISTANO


Eu sou um paulistano
De mãe brasileira do canto nordestino
E pai brasileiro do canto sulista.
Nascido e criado na capital paulista.

Convivi como suburbano
Na vida que me serviu de ensino,
Só não entendo a incógnita
Da grande capital que se limita.

No meu canto da periferia
Vou montando poesia,
Entre os prédios e as favelas,

Eu ando por avenidas e vielas
Onde os milhões transitam
E as desigualdades se encontram.



II

Eu nem muito admirado
Encontro as multidões,
Precisamente milhões
De misturas deste mundo.

Para cá vieram as migrações
Trazendo suas tradições.
As famílias foram aumentando,
Assim dos povos nasci misturado.

Dessa história sou fruto,
Acabo envolto.
Pequena parte

De São Paulo residente.
Com licença, sem engano
Também sou paulistano.

In: Cantos e Desencantos de um Guerreiro

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011