sexta-feira, 25 de janeiro de 2013





- E as flores do Jardim, Ângela?

Destes morros,
ainda morro 
sem te ver Bela Vista!


Jefferson Santana

domingo, 6 de janeiro de 2013

Sete Artes ainda não praticadas




Escrevo poemas
numa folha qualquer,
mas poeticamente...
francamente,
projetaria em teus olhos
roteiro de amor até teu coração,
sussurraria em teus ouvidos
a melodia que embala este meu sentimento,
e com minhas mãos
esculpir-te-ia de carícias,
e assim, pintaria em teu corpo
as marcas de meu amor,
pra que posteriormente
fizesse-te dançar até as nuvens
nesse embalo amoroso
e, lá representássemos o amor
mais puro e incontido...
...
mas, por enquanto,
sigo aqui só
escrevendo poemas numa folha qualquer

Jefferson Santana


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A poesia de todos os instantes




Há quem ache que a poesia feita
é somente dada por grande feito.
Mas a poesia se faz sem decreto
e em cada instante se apresenta.

Há o ditador que ordena e a condena,
há a polícia que bate e a combate,
há o homem que se prende ao volante
e a multidão que se prende nesse sistema.

Há quem feche os olhos e se esconda
diante da melodia e não dance,
não oferece permissão pra que se poetize.
Mas a poesia permanece escancarada.

Há poesia porque há luz que nasce a cada manhã
depois que as lâmpadas da noite se apagam.
Os muros da cidade em silencio gritam
intensamente pelos traços que os pintam.

Nas favelas, ainda que digam em poucas,
As flores ainda nascem plantadas e inesperadas,
E as crianças, ainda que não todas,
Não são pessoas adultas e comportadas.

Ainda assim, há quem reclame do céu nublado,
mas lamento que há quem ande com o rosto fechado,
e que na própria chuva nunca se molhe,
até um singelo riso é capaz que agasalhe.

Pra que os dias de poesia não se retenham em livros
guardados, empoeirados e esquecidos nas estantes,
é preciso que se abram olhos e coração para os indícios
da harmonia lírica de todos os instantes.

Se o tempo é de metralhadoras que não param de atirar,
de medos manifestados, de amores não correspondidos...
mais do que nunca é tempo de amar!
Pra que hoje mesmo, seja o tempo da poesia cativar.

Jefferson Santana