domingo, 31 de outubro de 2010

Descobrimento do Brasil

Arco, flecha
Arco, flecha
Arco, flecha.
O cerco fecha,
Caravelas fecham,
Conquistadores fecham.
Nativos
Inativos
Oprimidos,
Nativos
Inativos
Oprimidos,
Nativos
Inativos
Oprimidos.

Ora pois,
Força bruta
Força bruta
Força bruta.
O tempo fechou.
A mata abriu.
As matas abriram.
A matança aberta.
Tribos atribuladas
Tribos atribuladas
Tribos atribuladas.

Ora pois,
Caciques na forca,
Finados nas ocas.
Sem rumo
Perdida a terra
Perigoso o céu,
Em nome de um deus,
Em nome de um rei,
Em nome de uma pátria,
Em nome de uma língua.

Ora pois,
Tirania selvagem
Carregada de pólvora,
Carregada de doenças,
Carregada de malícia.
Navegação ativa
Caçadora de nativos
Tirania selvagem,
Tirania selvagem,
Tirania selvagem.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

PELOS VERDADEIROS GUERREIROS (Manifesto Pró-Dilma)

É chegada a hora guerreiros,
Mais uma batalha
Da guerra dos 500 anos.
Contra o massacre da colônia
Onde verdadeiros guerreiros não se exilaram da luta;
Contra o massacre da escravidão;
Onde verdadeiros guerreiros não se exilaram da luta,
Contra o massacre do Império
Onde verdadeiros guerreiros não se exilaram da luta;
Contra o massacre das desiguais terras
Onde verdadeiros guerreiros não se exilaram da luta;
Contra o massacre nas periferias,
Onde verdadeiros guerreiros não se exilaram da luta;
Contra o massacre da Ditadura Militar,
Onde verdadeiros guerreiros não se exilaram da luta;
Contra o massacre da privatização do meu suor,
Onde verdadeiros guerreiros não se exilaram da luta.

Dentro desta história
Surge um pernambucano sindicalista
Que me deu um pouco de força
Pra lutar contra massacres
De colônia, império, escravidão, desigualdade, ditadura, privatização...
O pernambucano sindicalista
Mostrou-me que é possível sonhar,
Que é preciso continuar a lutar.

A próxima batalha está próxima
E precisamos de uma liderança.
Dua opções possíveis:
Um que se exilou da luta quando mais se precisou;
Outra que persistiu até na clandestinidade.

E aí guerreiros,
Qual a decisão?

A minha eu já tomei
Dia 31 eu inverterei o número na urna.


domingo, 17 de outubro de 2010

MEU POEMA

Meu poema nasceu de noite
Tão frio como os corações dos povos
Vazio como as ruas da cidade.
Arrepia na alma e no peito
Um pedaço de agonia e solidão.
O poeta que sonhou na aurora
Deixou o dia passar,
Esperou o dia acabar
E então viveu:
Apanhou,
Chorou.
Agora vai ter pesadelos no leito.
Sofrimento de vergonha
Embaixo do cobertor.
Assim não tem jeito não,
Tentar dormir
Sem nenhuma satisfação.

Porém há sempre a solução,
Quem sabe despertar de madrugada
Faça abrir os olhos da esperança,
Num preparo pra próxima batalha.
Até que finalmente amanheça
E a força retorne a seu lugar.

E que meu próximo poema
Venha quente como brasa
Queimando a estupidez das sanguessugas.

(In: Cantos e desencantos de um guerreiro)