sábado, 28 de janeiro de 2012

Da vez primeira que me assassinaram






Por Mário Quintana


Da vez primeira em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...

Hoje, dos meus cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada...
Como único bem que me ficou!

Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca,
Não haverão de arrancar a luz sagrada!

Aves da Noite! Asas do Horror! Voejai!
Que a luz, trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Feliz Aniversário Cidade de faces diversas - 458 anos



São Paulo de faces diversas

São Paulo de faces diversas:
Cidade de Trabalhadores,
Trabalhadores agitados!
Ah, paulistano é assim mesmo!

Cidade de viadutos,
Viadutos símbolos do enriquecimento,
Cenários de sofrimento.

Cidade desigual,
Cidade vertical,
Cidade de concreto, capital.
Cidade que exalta beleza,
Mas que despreza a natureza.
Cidade de coração enorme
Feito de milhões de corações que amam.
Amor a cidade que construíram,
Tijolo por tijolo entre a garoa,
Numa luta maior que qualquer edifício.
Amor este, nos rastros de Luz e Liberdade,
Sendo a Consolação
De São Paulo não ser um Paraíso de Jardins
Com Bela Vista na Periferia.

Nesta terra de italianos,
De portugueses, de baianos,
Terra de mineiros, pernambucanos,
De asiáticos, africanos...
Terra em que todos se tornaram paulistanos.

(Jefferson Santana in Cantos e Desencantos de um Guerreiro)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012



Paixões são como rosas:
lindas o suficientes para encantar
e com espinhos suficientes para machucar.

(Jefferson Santana)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

DESILUSÃO



bem me quer
mal me quer
bem me quer
mal me quer
bem me quer
mal me quer
bem me quer
mal me quer
bem me quer
mal me quer...


findaram-se as pétalas... 
desfecho de ilusão


o inesperado
espinho de rosa no caule

(Jefferson Santana)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

POEMA SENTIMENTAL




Para onde foi o amor depositado?
Foi-se com todo sonho perdido,
Frágil sequestrado angustiado,
Sem sequer ter sido ouvido

Que raiva de tudo isso,
Todo o choro é muito preciso.
O coração é mais inverso
Do consolo que eu cobiço.

Ainda bem que o amor não morre,
Pois a esperança de reencontrá-lo
Diminui esse ódio que corre

Batendo como um martelo
Nesta alma alagada de porre,
Sem sentir ao menos o zelo.

(Jefferson Santana in Cantos e Desencantos de um Guerreiro)