sexta-feira, 25 de março de 2011

AS ESTRELAS




As estrelas... eu não entendo,
Em algumas noites ficam me olhando,
Mas não se importam se parecem atrevidas.
É claro!
Elas não se preocupam com besteiras.
Talvez por isso nunca fiquem tristes.
Não sofrem como nós sofredores.
São contentes
De um nível em que não alcançamos.

Humanos não tocam o céu!

in Cantos e desencantos de um Guerreiro

sábado, 12 de março de 2011

O Navio Negreiro, de Castro Alves na voz de Paulo Autran

Passando meu olhos pelo o YouTube, encontrei este fantástico vídeo da obra prima do fantástico poeta Castro Alves, narrada por Paulo Autran e com imagens do filme Amistad.

Vale a pena assisti-lo e refletir sobre um período vergonhoso de nossa história que ainda deixou grande influência na sociedade atual.



sexta-feira, 4 de março de 2011

O pássaro que saiu da gaiola

PÁSSARO

Sou pássaro na gaiola,
Comendo o alpiste que determinam
Entre o tempo contado de relógios
Para seguir no pio de uma longa jornada.

Fui capturado
Pela necessidade de comer.
Trancaram-me
Nesta vida minha adestrada.
Vidas nossas
Penduradas nas extremidades dos casarões,
Sem libertação
Para desfrutar do meio.

Chegou a hora de quebrar estas grades,
Bater as asas
E degustar os frutos
Que nunca me ofereceram.




Enfim Cantos e desencantos de um Guerreiro nasceu. Nasceu e logo de cara foi batizado pela chuva paulistana que impossibitou que alguns guerreiros que queriam contemplá-lo não conseguissem participar deste momente. Porém o livro agora é vivo e todos eles poderão sentí-lo expressandro a lírica que toca nas feridas da sociedade desigualmente estabelecida.

Minha felicidade neste momento é grandiosa, pois sei que meus cantos e desencantos agora estão sendo compartilhados e se reindentificando com os cantos e desencantos do povo. Esta felicidade ainda tem se multiplicado, quando imagino que aqueles que não sentem a dor, o desprezo e as chicotadas lançadas aos guerreiros periféricos constantemente, possam um dia desprevidos se deparar com alguns dos versos deste livro disparando contra suas cabeças, fazendo-os cair como gigantes sem argumentação suficente para deter a palavra ardente.

Enfim posso dizer que ele nasceu! Nasceu como um pássaro que nasce para a vida depois de liberto da gaiola.

Faço meu agradecimento à Cooperifa que cede espaço para que coisas como essas aconteçam. Em especial agradeço ao Grande Poeta Sérgio Vaz, que humildemente escreveu o prefácio do livro e conseguiu sintetizar em algumas palavras toda a lírica indignada desta obra e a engrandeceu ainda mais.