sábado, 31 de março de 2012

Meu ato poético




EU POÉTICO

Aqui tento dirigir palavras,
Mas sou somente passageiro,
Guiado sem destino
Na estrada destas linhas.

Aqui meu amor é vasto,
Minha raiva é poderosa,
Minha angústia é dolorosa,
Registros de intenso conflito.

Palavras vou remendando.
Poemas vou escrevendo.
Se sou certo ou desastrado
É porque sou espontâneo e estabelecido.

Uma mão
Escreve sentimentos numa folha branca,
Uma folha branca
É rabiscada por linguagem poética.


E toda a dor
Que insisto em expor
É o sofrimento
Que em linhas torna-se relato.

E tudo
Não faz sentido algum
E nada
Não é simplesmente nenhum.

E toda felicidade
É contraste da realidade,
Pois no real
Há sempre o contato com o mal.

E se me sinto no céu
O retrato é o papel,
Pois os versos descrevem
As emoções que não se medem.

Caso minhas linhas sejam tortas
É porque são emoções expostas.
Emoções não são precisas e certas,
Mas dominam páginas completas,
Não só de um caderno
Mas de uma vida em tempo eterno.
Assim, vidas acabam
E as palavras ficam.

Toda a expressão
Escrita nestas folhas,
Com todo meu exagero,
É proveniente do coração.

(Jefferson Santana in Cantos e Desencantos de um Guerreiro)




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