sábado, 5 de junho de 2010
Causa e efeito
A miséria
Andando pelos seus vales
Saiu do beco
Livre, fria e desastrosa.
Cantava com voz rouca
E movia-se incessante:
Desceu as ruas,
Chegou praça,
Na esquina,
No ponto de ônibus
E até na frente do banco.
Era abusada,
Não respeitava ninguém,
Nem criança,
Adolescente,
Pai de família
E até senhorinha.
Não conseguiram detê-la.
Tantos tentaram fugir
Mas o destino quis
E ela os encontrou
Desprevenidos,
Desorientados
Desmotivados,
Despreparados...
Chegou a noite
E ela corria como vento
Batendo no rosto e no estomago das pessoas.
Foram se passando as horas
Estando ela cada vez mais disposta.
Soprou,
Gritou,
Espancou,
Esfaqueou.
No outro dia
Estava ela camuflada
Na primeira página dos jornais.
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