domingo, 17 de outubro de 2010

MEU POEMA

Meu poema nasceu de noite
Tão frio como os corações dos povos
Vazio como as ruas da cidade.
Arrepia na alma e no peito
Um pedaço de agonia e solidão.
O poeta que sonhou na aurora
Deixou o dia passar,
Esperou o dia acabar
E então viveu:
Apanhou,
Chorou.
Agora vai ter pesadelos no leito.
Sofrimento de vergonha
Embaixo do cobertor.
Assim não tem jeito não,
Tentar dormir
Sem nenhuma satisfação.

Porém há sempre a solução,
Quem sabe despertar de madrugada
Faça abrir os olhos da esperança,
Num preparo pra próxima batalha.
Até que finalmente amanheça
E a força retorne a seu lugar.

E que meu próximo poema
Venha quente como brasa
Queimando a estupidez das sanguessugas.

(In: Cantos e desencantos de um guerreiro)





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