segunda-feira, 5 de julho de 2010

Os erros


De todos os lados
Corações blindados,
Privadas almas com seus pecados
Formando um coletivo de resignados.

Nunca se nasce para errar,
Até por isso nunca tentar.
Inútil momento sonhar,
Assim fui concebido neste lugar.

Os pássaros que cantavam
Por muito nem mais existem,
E os casais que namoravam
Estão divididos pelos bens,
Até porque não há mais serenatas
Nestas noites cinzas encobertas.

De todos os lados
Os terrenos blindados
Com os homens trancados
Dos dois lados dos muros altos.
Creio que as terras
Nunca tenham sido compartilhadas.

De todos os lados
Objetivos,
Busca pelos objetos idealizados
Do único ideal estipulado.

Assim a vida segue
Cada uma no seu caminho
Sem compaixão dos que tropeçaram,
Caíram e deram breque.
Aí já era sonho
Tentaram, não conseguiram e se destruiram.

Da vida que sobrou aqui
Da outra que resistiu ali,
Salve-se quem puder,
Pois alguém vai perder
O benefício do paraíso
Que dizem ser abundante e valioso,
Onde o coração blindado
Brinda com o destino
O próprio bem alcançado,
Usando até mesmo
Os cálices do Vaticano.

Nas privadas
Estão as almas com seus pecados
Tomando esgoto dos glúteos
Dos quais são subordinadas.

Já se foi o tempo em que Deus
Zelava pelos filhos seus,
Pois os meninos preferiram
Vender as almas, os corpos e os sentimentos
Ao demônio que os capitalizaram
A correr dominando seus espaços.

Depois disso um grande lema,
Que o maior pecado
É tentar quebrar o muro construído
Entre os privilegiados e os abandonados.
Imperdoável para o sistema
Simplesmente é olhar para o lado
E unir-se a causa do desesperado.
Vivemos sob o regimento do grande dilema
Que erros são tentativas fora do determinado.

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