delírios à deriva
em falas sem ouvintes.
braços
sem abraços.
olfato
sem fragrância.
olhos abertos
que nada veem.
porta retratos
sem fotografias.
cartas escritas
sem destinatário.
são páginas
que não são viradas.
um coração partido
em poemas inacabados.
Jefferson Santana
quinta-feira, 27 de março de 2014
quinta-feira, 20 de março de 2014
outonal
dos dias em que plantei ideias
para os tempos de hoje,
foram-se folhas e mais folhas
que caíram em minhas mãos
num outro ponto de vista,
vi que é chegada a colheita
para que novos frutos possam ser gerados,
para serem o alimento
de quando estiver novamente nesta estação
Jefferson Santana
terça-feira, 18 de março de 2014
a ânsia de chegar ao fim era tanta,
que esbarrou logo no começo
e ficou meio sem rumo.
e pra rumar
teria que arrumar
outro modo
de moldar o caminho:
ousaria voar,
mas antes no chão
cobiçaria a firmeza,
até que seus pés
pudessem tomar impulso,
sem se importar
com os passos dados pra trás.
estaria de braços abertos
pra sentir
cada brisa de vento chegar,
e de fato se entregar por inteiro.
Jefferson Santana
segunda-feira, 10 de março de 2014
da vez que dei à luz
ocultei poemas
na esperança de poder dizê-los
na ausência de qualquer
pesadelo.
mas como a aurora
não veio,
os dois copos
não foram enchidos
e o par de corpos
permaneceu nos ímpares,
eu abro um caderno antigo,
esse de outrora
em que ela também
não estava comigo.
vou dando à luz
poemas escritos
na madrugada,
e tento tornar lágrimas
em orvalhos de amanhecer.
Jefferson Santana
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